segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Falando Sobre - Racismo

Gente, essa é uma coluna que falará de diversos assuntos, alguns polêmicos outros somente para reflexão.
A intenção é buscar maior dados e ver como coisas do passado ainda se fazem presente no meio de nós.



 Conceito: Raça 
Para a ciência: uma única raça, a raça humana.
Para os brasileiros, apesar da miscigenação: várias raças

Tempos:
Idade Moderna (mundo europeu): 
era afirmar pertencer a uma linhagem. Nesse período foi criada a tese monogeista, que afirma a existência de uma única raça humana descendente de Abraão, e praticamente não havia a ideia de inferioridade racial. Isso não significa, no entanto, que não houvesse etnocentrismo (definição clique aqui) e discriminação com base em características físicas.

Século XVI:
a origem do pensamento que entende a humanidade a partir de raças diferentes e na formação dos Estados nacionais europeus, que começaram a enfatizar as diferenças e linguísticas internas. Porém, para outros autores foram os iluministas que cunharam as primeiras doutrinas racialistas, dando origem no século XVIII a outra hipótese racial, a poligenista, que defendia a existência de diversas raças humanas.

Século XVII e XVIII:
os iluministas defendiam raça como um grupo humano cujos membros possuíam características físicas comuns. Tal teoria voltou-se para a crença de que a raça não era apenas definida física, mas moralmente, bem como que as diferenças físicas acarretavam diferenças mentais hereditárias. Assim, a distinção do mundo em raças correspondia  à divisão do mundo em culturas, e o comportamento do indivíduo era definido pelo grupo racial ao qual ele pertencia. Além disso um sistema de valores universal classificaria as raças em superiores e inferiores.

Século XIX:
Charles Darwin com o darwinismo social , que lastreada na teoria da evolução e na seleção natural afirmava não só a diferença de raças humanas, mas superioridade de uma sobre as outras. A partir do darwinismo social, desenvolveu-se a eugenia, que enaltecia a pureza das raças, a existência de raças superiores e desacreditava a miscigenação. Tal foi a base científica do racismo.

Século XX:
o preconceito racial cresceu dando origem a perseguições, como a levada a cabo pelo partido nazista na Alemanha do entre-guerras, e à restrição dos direitos dos negros no sul dos Estados Unidos até a década de 1960. Na segunda metade do século XX, apesar do racismo ser condenado na maior parte do mundo, inclusive no Brasil, onde é ilegal e criminoso, ele continua a existir socialmente com grande força. E se o racismo existe é porque a sociedade que o abriga admite a existência de raças. Assim, apesar de condenarmos o preconceito  racial, nossa cultura continua acreditar nas teorias racialistas que deram origem a ele. 

Racialismo e Racismo:
Racialismo: é o estudo das diferentes raças humanas.
Racismo: é a aplicação prática dessas teorias, que acredita em raças superiores e cria mecanismos sociais e políticos para reprimir as raças consideradas inferiores.

Cor e Raça:
Para os eugenistas, apesar de terem a mesma cor branca, os germânicos seriam superiores aos judeus e aos eslavos.
Minha opinião:
Não tem sido raro os casos de racismo que a mídia tem mostrado. Na maioria da vezes, tem ganhado mais repercussão por se tratar de pessoas famosas. 
A questão é delicada e atinge as mais variadas classes e cores de pele. 
Isso mesmo por mais que seja esquecido não são só os negros a serem marginalizados. 
Basta uma visita ao salão de beleza para que a morena de horas atrás, torne-se loira e esqueça sua beleza no balcão de pagamento. Se é nascido no Norte ou Nordeste do país seu nome é consagrado Paraíba e discriminado nas posições que ocupa na sociedade, afinal para ser porteiro tem que ter esse pré-requisito. 
Duas pessoas se apaixonam, suas cores se misturam, seus corações tornam-se um só e o filho é aquele negrinho filho daquela branca que é gente e de um pai que é um negro macaco. 
Se ruiva, essa é chamada de ferrugem, cabelo de fogo.
E o albino então, floco de neve, translúcido.
E o que falar quando esses alvos da injúria e da desumanidade, através da luta conseguem status na vida?
Ao negro se diz: - Roubou um banco;
A loira: Bancada por um velho endinheirado;
Ao "Paraíba": lavou muito prato para chegar até aí; deve ter sido o único a ter tirado sorte grande.
E por aí vai... Só de falar me dá indignação.

Quando esse indivíduo pratica tamanha crueldade e executa esse ato estúpido declara-se ignaro, afinal esse nega sua origem e desconhece sua história e passado. Escolheu ser medíocre.
Como avaliar a fundamentação desse preconceito quando sua matéria é composta da mesma coisa. Como disse de maneira feliz a Rachel Sheherazade: - "Debaixo do verniz somos todos a mesma coisa."
Recado a vocês que sofrem com esses vitupérios: esses indignos não me representam como raça humana.

Para finalizar cito Léopold Senghor, poeta do Senegal:

HOMEM DE COR


Querido irmão branco:


Quando nasci, era negro


Quando cresci, era negro


Quando o sol bate, sou negro


Quando estou doente, sou negro.


Quando morrer, serei negro.


E enquanto isso, você:
Quando nasceu, era rosado.
Quando cresceu, foi branco.
Quando o sol bate, você é vermelho.
Quando sente frio, é azul.
Quando sente medo, é verde.
Quando está doente, é amarelo.
Quando morrer você será cinzento.
Então, qual de nós dois é um homem de cor?


Fonte de pesquisa: Livro Dicionário de Conceitos Históricos - Silva, K Silva, M.


Crédito da fotoclique aqui

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